O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, apresentou o desempenho econômico do Estado e seus planos para um futuro sustentável durante o AgroForum 2024, um evento promovido pelo BTG Pactual focado no setor agrícola. Com participação de investidores e líderes do mercado financeiro, Riedel delineou o papel do Mato Grosso do Sul como peça-chave na segurança alimentar e transição energética do Brasil, reforçando as vantagens competitivas do Estado e os projetos de infraestrutura e inovação sustentável.
Crescimento agrícola e diversificação sem desmatamento
No painel “O Papel dos Estados no Futuro do Agronegócio”, o governador descreveu a transformação pela qual o Mato Grosso do Sul passou nos últimos 15 anos, com um salto na área plantada de 1,8 milhão para 4,6 milhões de hectares. “Diversificamos nossa matriz de produção sem avançar em áreas de Cerrado aberto”, afirmou Riedel, destacando que o aumento da área agrícola ocorreu principalmente com a recuperação de pastagens e sem prejuízo à pecuária de corte. O Estado também intensificou a criação de suínos e aves, consolidando-se como polo diversificado no agronegócio.
A chegada de grandes cooperativas e empresas do setor de bioenergia impulsionou a agroindustrialização, acrescentou o governador. Este movimento não apenas fortalece a economia local como também reduz a pobreza extrema e gera emprego, refletido nos dados de crescimento econômico de 6,6% – o dobro da média nacional – e na taxa de desemprego, uma das menores do país.
Inovação e sustentabilidade no campo
Riedel enfatizou o papel da sustentabilidade no modelo econômico de Mato Grosso do Sul, especialmente em meio às preocupações globais com o clima. O Estado investe em práticas como o plantio direto, que contribui para a absorção de milhões de toneladas de carbono, e explora fontes renováveis de energia, como o biometano. “Temos uma nova fronteira agrícola com a citricultura, somada à produção de grãos e florestas plantadas, o que nos coloca numa posição estratégica para alcançar um balanço de carbono neutro até 2030”, ressaltou o governador.
Ele mencionou, ainda, o compromisso com a preservação do Pantanal, um dos biomas mais emblemáticos do país, com 84% de sua área conservada. A preparação para enfrentar eventos climáticos extremos, como as queimadas, também foi destacada. Nos últimos anos, o Estado intensificou o monitoramento e equipou suas equipes para enfrentar a estiagem severa, investindo em novos equipamentos e estratégias de inteligência ambiental.
Infraestrutura e logística para o escoamento de produção
Outro ponto central na apresentação de Riedel foi o investimento em infraestrutura de transporte, essencial para o escoamento eficiente da produção agrícola e industrial. Em dezembro, o governo do Estado promoverá leilões de concessões de rodovias na Bolsa de Valores de São Paulo, visando atrair parceiros privados para a modernização das estradas estaduais. Além disso, a malha ferroviária oeste está sendo preparada para concessão, enquanto hidrovias, como a do Rio Paraguai, recebem adequações para atender ao crescente fluxo de exportações.
Uma das iniciativas mais aguardadas, a Rota Bioceânica, deverá entrar em operação em 2026. Este projeto estratégico ligará Mato Grosso do Sul aos portos chilenos, proporcionando um novo canal de escoamento para o mercado asiático, com potencial de reduzir em até 14 dias o tempo de transporte marítimo. “A Rota Bioceânica é uma conquista que possibilitará ao Estado exportar produtos de maior valor agregado, abrindo novas portas para Mato Grosso do Sul no cenário internacional”, afirmou Riedel.
Com este conjunto de ações, Mato Grosso do Sul reafirma seu compromisso com um desenvolvimento econômico inclusivo, sustentável e preparado para atender às demandas do mercado global, especialmente em tempos de desafios climáticos e transição energética.
gov/ms