O Governo de Mato Grosso do Sul publicou nesta segunda-feira (15) o aviso de suspensão da licitação para contratar empresa especializada para implantar a loteria estadual Lotesul. Esta é a segunda vez que o Estado suspende a licitação.
De acordo com o aviso, “o agente de contratação da fase externa torna público a suspensão da licitação, a pedido do órgão demandante”.
O objeto era a contratação de empresa especializada para implantação e operação de solução tecnológica (plataforma).
Quem assina o aviso é o agente de contratação de fase externa da Secretaria de Administração, Bruno Pereira Coelho.

Família Razuk
A suspensão ocorre dias depois de ser revelado que a família Razuk, de Dourados, criou empresa falsa, que existe só “no papel”, para viabilizar a concorrência da organização criminosa no processo licitatório da Lotesul. A loteria estadual previa contrato de R$ 51 milhões para o empreendimento vencedor.
Segundo investigações do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), os apontados como ‘chefes da organização’, Roberto Razuk (patriarca) e Roberto Razuk Filho (deputado Neno Razuk), estariam “perseguindo a licitação milionária”.
“Inclusive com questionamentos acerca da referida licitação junto a justiça, tendo Roberto arcado pessoalmente com as custas do processo em março do corrente ano”, aponta documento da investigação.
Lotesul
A Sefaz (Secretaria Estadual de Fazenda) de Mato Grosso do Sul anulou, em setembro deste ano, a licitação de R$ 51.474.339,31 a fim de contratar empresa para implantar e gerenciar plataforma (software) da loteria estadual.
A anulação ocorre depois de parecer do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado) entender haver indícios de direcionamento após denúncia feita por Jamil Name Filho — que está preso na penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró pela condenação de 26 anos na Omertà.
O certame já estava suspenso, após liminar proferida pelo conselheiro do TCE-MS, Márcio Monteiro.
com: tce/ms
